Seguradoras devem apostar em tratar dados para remodelar o futuro da indústria global de seguros

5 min de leitura:

Durante o InsureTech Connect (ITC), especialistas e executivos no relataram que os dados vão remodelar o futuro da indústria global de seguros. Segundo informações do site Valor Econômico, eles enfatizaram a importância de adquirir, padronizar a analisar informações para se preparar e enfrentar um cenário de escalada de riscos em todo o mundo.

Para o CEO da resseguradora global Everest Re, Juan Andrade, o mundo está em risco como jamais esteve.“Temos mais catástrofes e um grande número de riscos emergentes, como os ciberataques, eventos climáticos, inflação, questões sociais e guerra”. O executivo ainda pontuou sobre o risco cibernético como um dos que mais crescem no mundo hoje. “Rumamos para ter algo em torno de US$ 20 bilhões [em perdas anuais com ataques cibernéticos], temos observado [nos EUA] um aumento do setor de seguros em termos de percentual do PIB e provavelmente vamos continuar a subir.”

Conforme o sócio sênior da consultoria McKinsey, Kia Javanmardia, a demanda por proteção e a necessidade de a indústria de seguros evoluir e inovar nunca foi tão necessária para cobrir novos riscos. “A chave é como vamos usar os dados emergentes, avaliar os riscos, conseguir uma precificação correta e nos preparar para os eventos.”

De acordo com o executivo-chefe de estratégia da provedora de soluções tecnológicas para indústria financeira Earnix, Dror Pockard, a transformação digital é essencial para a indústria de seguros enfrentar um cenário que ele vê como “tempestade perfeita” para o setor. “O segundo trimestre deste ano foi o pior da indústria [de seguros global] em muitos anos. Muitas coisas estão acontecendo, como inflação elevada em todo o mundo, alta de custos das companhias, o que impacta na precificação de seguros, mudanças climáticas – estamos vendo impactos como inundações e eventos extremos. Além disso, temos um mercado em que os consumidores estão elevando as expectativas sobre as companhias, sem contar a pressão de competidores e restrições regulatórias, além da mudança da dinâmica no mercado de trabalho.”

Dror Packard pontuou que ferramentas como inteligência artificial e machine learning, podem trazer soluções que possibilitem às seguradoras criar a habilidade de agir na velocidade certa, como acelerar o tempo que a empresa leva para trazer um novo produto ao mercado, mudar parâmetros de uma proteção existente ou ajustar preços.

Diante disso, o CEO da seguradora Farmers, Jeffrey Dailey, disse que as seguradoras precisam deixar de ter uma estratégia voltada ao produto para se tornar uma organização que entenda o cliente e busque atender suas necessidade. “Na perspectiva da companhia, somos muito orientados ao produto. Mas, na visão da equipe [de inovação], não importa tanto o produto que vendemos. A abordagem é entender a demografia dos consumidores e o que os clientes querem que seja feito.”

Para o presidente e executivo-chefe de operações (COO) da Verisk, Mark V. Anquilare, a tecnologia tem ajudado seguradoras e entender melhor os riscos, a precificação e as possibilidades de fraudes. “As empresas precisam ser capazes de tomar risco e ser criativas, além de alimentar uma cultura de inovação.”

Para finalizar, o líder de experiência digital de seguros na AWS, Shaugn McClueskey, relatou que os usos de dados, inteligência artificial e aprendizado de máquina pode alavancar os negócios. “É possível ter crescimento da rentabilidade dos prêmios, com processos automatizados, ter subscrição personalizada e transferir riscos, ou seja, evitar que um risco se torne um sinistro”.

 

Fonte: CQCS

Menu