Acordo entre Mercosul e União Europeia deve impulsionar mercado de seguros de transporte

Um dos maiores acordos de comércio da história – avaliado em cerca de US$ 20 trilhões – pode impulsionar também o mercado de seguros de transporte. Para executivos da Argo Seguros, uma das maiores seguradoras do Brasil em comércio exterior, as perspectivas do tratado firmado recentemente entre o Mercosul e a União Europeia são bastante positivas para o setor.

O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia anunciado na sexta prevê que empresas de um dos blocos concorram em licitações em países de outro bloco. Os europeus, portanto, poderão participar das concorrências públicas brasileiras, cujo mercado é estimado, só no governo federal, em R$ 78 bilhões ao ano. Mas isso deve demorar para acontecer, segundo disse o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, ao jornal Folha de São Paulo. A expectativa do governo é que a aprovação do acordo nos Congressos da União Europeia e Mercosul leve até 2,5 anos. “Questão ambiental não será relevante para aprovação do acordo pelos congressos de UE e Mercosul.

Basicamente, as tratativas facilitarão o envio de produtos – principalmente agrícolas – do Mercosul para a União Europeia, e também a chegada de industrializados da Europa para América do Sul. “Como envolve importação e exportação de diversos produtos, um dos principais beneficiados será o seguro de Transporte, que vem já apresentando um crescimento expressivo, e poderá superar as expectativas já no próximo ano”, calcula Salvatore Lombardi, diretor de Transportes da Argo Seguros e Head of Latin America Marine do Grupo Argo.

O executivo lembra ainda que, como a diminuição das taxas atualmente existentes será gradual, os reflexos do acordo deverão ser sentidos com o passar dos anos. “Boa parte das exportações do Mercosul terão as tarifas de importação zeradas ao longo da próxima década. Isso deve aumentar o interesse de produtores brasileiros em enviar produtos, mas é um processo que levará tempo para se consolidar”, completa Salvatore.

Segundo estimativa do Ministério da Economia, o acordo representará um aumento de R$ 336 bilhões no PIB brasileiro em 15 anos. “Esse é outro fator que devemos avaliar de forma muito positiva, já que com mais dinheiro em caixa, o país deverá investir em obras que facilitem o escoamento da produção. Isso deve não apenas envolver o ramo de Transportes, mas também outros setores como engenharia e garantia”, afirma Newton Queiroz, CEO da Argo Seguros.

“Esse acordo era algo que já não esperávamos neste momento, porque foram 20 anos de tratativas que não chegavam a um consenso. Porém, neste momento de recuperação da economia brasileira, com certeza será muito bem-vindo, não apenas para o mercado de seguros, mas para toda cadeia da indústria”, finaliza Newton.

Fonte: Sonhoseguro

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